Aqui verás histórias reais, emocionantes, alegres, tristes, histórias que mostram a verdadeira face da vida e seus caminhos, através de belos contos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Devagar, SEMPRE!(ou E sempre, como queira)

- Por Edilza Araújo -


Outro dia desses estava pensando na vida, na minha vida: em tudo o que fiz e no que deixei de fazer (por medo ou, talvez, pela velha companheira de sempre, a preguiça... rs). Depois de uns 10 minutos, que mais pareceram intermináveis horas, cheguei a uma conclusão: de que nada na minha vida foi como planejei ou como muitas vezes na minha infância eu pensei que seria.

Nenhum mega empresário me descobriu; nada de vida de estrela de Hollywood, nada de príncipe encantado. Porém, a partir dessa “triste” dedução acerca de meus feitos e não-feitos, percebi uma coisa até meio que inacreditável, já que nada saiu como planejado: EU SOU FELIZ!

Como assim? Vamos por partes: possuo uma família grande, unida (até o quanto é possível ser!... rs) e que me ama (a seu modo). Meus pais me consideram o orgulho da prole, mas não descartam a chance de me chamar de “ovelha negra”. Tenho irmãos que matariam por mim, apesar de brigarmos sempre que nos reunimos. A vida sem eles? Nem imagino! Em que outro lugar do mundo todos chorariam ou ficariam de luto pela morte do seu bichinho de estimação? Onde mais um fracasso no vestibular seria motivo de piadas e até comemoração, com direito a bebedeira e fotos históricas? Onde o enterro de um tio viraria uma comédia, melhor do que muitos filmes que eu já vi? Só no meu lar!

Outro ponto forte? Meus amigos... Às vezes não me ligam, passam anos sem me ver, não dão o menor sinal de fumaça, mas quando aparecem fazem a festa, contam novidades e querem saber de tudo, e com os mínimos detalhes. Ouço confissões, piadas, desilusões. E desabafo também; reclamo, brinco, choro, rio... Extravaso! Com eles, estou entre os meus. Sou metida, chorona, engraçada, saudosista; enfim, a minha pura essência... E o melhor disso tudo? Eles amam e eu também!

Prosseguindo e refletindo, encontrei um defeito altamente criticado por muitos e que nestes meus 10 minutos de ponderação se mostrou uma virtude (ironia do destino!): a minha FALTA DE PRESSA... Vagarosa, lenta, devagar, adjetivos comuns a minha pessoa. Discordando do ilustre poeta que um dia disse ‘ANDO DEVAGAR PORQUE JÁ TIVE PRESSA’, ando devagar porque este é o meu ritmo, porque assim prefiro, assim saboreio cada momento possível, como o “sommelier” degusta o melhor vinho da safra... Admito que paro para olhar o céu em noites de lua, para admirar o sorriso de uma criança ou a felicidade de uma grávida ao descobrir o milagre que carrega em seu ventre. Paro para ver o azul do mar (que muitas vezes me parece um verde intenso... rs), para ouvir a última desilusão amorosa de minha melhor amiga; paro para responder ao meu sobrinho que vem pedir minha benção. Paro para ouvir a canção que me leva a outro mundo, para tomar banho de chuva na rua; paro para sentir o vento frio das noites de Campina em meu rosto...

Contudo, pensem: se paro é sinal que continuo caminhando e que a cada parada as energias se renovam, o coração se enche de esperança e a mente, de novas idéias. Descubro que para ser feliz não dependo dos outros, isso é uma conquista minha; que a realização dos meus sonhos pode ser adiada, mas nunca esquecida; que o olhar dos meus amigos e da minha família ilumina meus passos nessa caminhada, pois eles são meus anjos de resgate quando a criança emocional insiste em voltar a me dominar. Os apressados talvez nunca entendam, mas a vida, para mim, é como um bombom: a cada minuto que abro a embalagem sinto mais água na boca, uma alegria vertiginosa, e uma pergunta me vem à mente: ‘Qual será a melhor sensação: abrir o bombom ou devorá-lo?’ Sei que descobrirei algum dia... devagar e sempre!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Amo-te


- Por Mari -
Por ter me dado um sorriso
Numa triste manhã,
Me devolvendo o verdadeiro colorido da vida
Eu digo: TE AMO!

Por ter me acolhido com carinho
Quando eu te procurei
Me trazendo de volta a esperança
Eu digo: TE AMO!

Por ter me falado
Quando no silencio da solidão eu estava,
E sua voz me chamou a realidade
Eu digo: TE AMO!

Por ter me guiado
Quando meu caminho estava incerto
E sua Luz me fez encontrar os passos
Eu digo: TE AMO!

Por ter me dado a certeza
De sempre estar aí
Me dando o prumo da vida
Eu digo: TE AMO!

E eu por não ter como retribuir
O bem que me faz,
Abro meu coração e com todas as forças da alma
Eu digo: TE AMO!

Dedico estes versos a meu amor e amigo que medevolveu à vida quando eu dela queria me afastar.

domingo, 2 de agosto de 2009

O silêncio


Com um jeito despretencioso foi-se achegando,
Sem segundas intenções, disse, foi-se abancando.
Pândego que só, não raro impoe-se calando;
Ao que parece, argumenta melhor se não está falando.

Às vezes é ignorado,
Às vezes é temido;
Uma e outra vez, por marotice, é saudado,
Sempre a alguém chega a deixar constrangido.

Apesar de tudo é gente boa e,
Embora pareça, muito se engana quem acha que fica à toa.
Certo dia confessou que sua vida é mesmo uma gangorra.

Então, para quem ainda não conhece esse ser assaz agradável,
É apresentado agora, do CHAT POLIGLOTAS, o membro honorável;
Dos usuários, o mais virtualmente inefável: O SILENCIO.



- Por Néia Macedo -


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Meu primeiro beijo


-Essa história aconteceu com Janaide Nunes -

Era uma manhã como outra qualquer. Fiz meus deveres em casa e depois comecei a fazer a lição da escola (como toda menina de 12 anos).
Fui pro colégio, ao chegar lá nossa! Dou de cara com ele, é aquele rapaz da sala em frente a minha, lindo, alto, gentil... Ele veio em minha direção e meu coração começou a acelerar, eu estava mesmo afim dele, com aqueles olhos radiantes disse: “Oi, Jane, quero falar com você no final da aula, ta”? Fiquei boba, nem sei como as palavras “ta certo, combinado!” saíram de minha boca. Minha amiga que estava do lado começou falou: ah...
“Eu sabia que ele não iria faltar com nosso compromisso, cumpriu o que disse, gostei de ver” falou enquanto ria.
Que compromisso? O que eles haviam conversado? Minha amiga me explicou que um dia antes ela tinha dito pra meu “amor de colégio” que eu nunca havia beijado e queria saber se ele topava ser o primeiro. Ele aceitou na hora, e ainda disse que ia falar comigo, não queria que ninguém arrumasse nada. Dito e feito!
Caramba ! A aula passou e eu mal percebi, já estava perto de tocar o sinal e não tinha parado de pensar nas palavras do meu amado, o que eu iria fazer quando ele dissesse que queria me beijar? Será que ia falar ou chegar logo me beijando? Eu nunca beijei! E se não soubesse o que fazer na hora !? Minha cabeça estava fervendo e eu não tinha mais tempo.
O sinal tocou e minha amiga veio em minha direção. – “Pronta para o grande dia? Eu quero saber de todos os detalhes depois, ta”! “Nem me lembre disso que estou colada na minha cadeira! Não vou sair daqui, está louca? Ele vai cansar de me esperar e vai embora, eu não tenho coragem”.
Que culpa eu tinha de ser tímida? Minha amiga tinha que me entender, mas acham que ela entendeu? Isso era piada!“Não seria sua amiga se deixasse você aqui Jane,vamos, ele está ali olhando para cá, não tem mais como disfarçar”.
“Ta bem, ta bem, eu vou! Mas você vai comigo”!
Segurei na mão dela e fui andando em direção a porta, parecendo cena de filme romântico, ele me olhava de longe enquanto abria um sorriso de maneira tão doce que o mundo parou e só existia nós dois ali. “vamos para a minha sala, todo mundo já saiu”. Ele disse realmente aquilo!? Custei pra acreditar. “Marília pode ir pra casa, Jane está em boas mãos”.
Bom, fomos para a sala, ficamos um bom tempo em silencio só nos olhando, ele me admirando porque eu não tinha coragem de sequer levantar a cabeça, até sentir uma mão tocando no meu rosto, levantou-o lentamente até que meus olhos fixaram naquele olhar deslumbrante que iluminava aquela sala, até que eu criei coragem e como se eu não soubesse de nada perguntei o que ele queria me falar.
“Não é nada demais quero apenas o que você também quer, isso...” e tascou um beijo em mim. Eu meio sem jeito retribui aquela atitude dele, seguindo cada movimento, mordida, língua e tudo que pode ter num beijo.
Depois de algum tempo (provavelmente uns 10 min.) Paramos o beijo e ele me deu um abraço tão carinhoso e sussurrou ao meu ouvido: “sou apaixonado por você, quer namorar comigo”? O meu dia que era como outro qualquer se tornara único, literalmente.
Não demorei a responder, disse logo Sim e o beijei, dessa vez eu tive a atitude, ele surpreso com a tímida Jane que se revelava ali, brincou: “Ainda bem que não perdi essa garota”!
Ele, além de ter sido o primeiro a me beijar, ainda foi meu primeiro namorado, foi tão maravilhoso aquela época, aquele acontecimento que hoje mesmo tento passado tantos anos não da pra esquecer. Namoramos durante um ano, mas como toda história tem um fim, com a minha não podia ser diferente.
Terminamos o namoro, ele seguiu a vida dele e eu a minha, passamos muito tempo sem ter contato e um dia não muito distante eu descobri que hoje o seu interesse por garotas não existe mais, é, ele agora é GAY. Fiquei chocada com a notícia, mas encarei, afinal ninguém é perfeito.

- Por Janaide Nunes -

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sem resposta

- Edilza Araújo -

É sabido que na vida sempre haverão perguntas sem respostas, mistérios que nunca serão desvendados, sentimentos não correspondidos, verdades que jamais serão ditas...
Mas e quando se sente a irremediável vontade de estar o mais longe possível daqueles que amamos? O incrível desejo de fugir do lugar ao qual se diz ser ‘o mais seguro do mundo’: o nosso lar doce lar? Sentir todo o peso do mundo nas costas, ter total liberdade, mas estar preso no pior e mais cruel cárcere do mundo: a prisão da alma.
É saber que há milhões morrendo na África, milhares de vítimas de desastres na Índia, corrupção, violência, pestes, doenças sem curas assolam o mundo, porém apesar de estar na segurança da sua casa, junto dos seus, se sentir a pessoa mais miserável na face da Terra.
Planos, sonhos, vontades, desejos.. tudo isso pra quê? Pra quê planejar, se no fim das contas tudo é decidido por uma força divina maior? Enfim, que seja feita a Vossa vontade..
Qual será a pior doença? Em meio há tantas perguntas sem respostas, essa saberei responder e com louvor... A pior enfermidade de um ser humano é ter saúde física perfeita, mas ser doente de espírito...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Fruto proibido

- Essa história aconteceu com Layanne Leão -
Tudo começou com a mania de cupido do meu irmão.

Ele tinha me visto e gostado de mim, não tinha a mínima noção de quem poderia ser, meu irmão falou que tinha passado meu número e que ele me ligaria, Mas não acredito nessas coisas, nem em festa quando fico com algum rapaz, nunca passo meu número porque sei que não irão ligar, não gosto de criar falsas expectativa.

Enfim, eram umas quatro da tarde, em plena segunda feira, o telefone toca e não era minha avó e nem meu pai, era ele.
- Oi quem fala?
- seu admirador secreto.
- qual deles? Eu gosto de ser meio sarcástica às vezes.
- tem tanta concorrência assim?
- vai me dizer quem é?
- você vai querer me conhecer?
- de onde me conhece?
- cheguei à sua cidade recentemente e já ouvir falar muito de você ‘nos bastidores’ – ‘o fruto proibido’. Falou caindo no riso.
- como assim? Fruto proibido? Bastidores?
- você não é a irmã do ...] ? Filha do... ?
- sim sou eu mesma e você quem é? Diga-me se não eu desligo.
- não, não desligue. Eu quero te ver, quer dizer eu quero falar com você pessoalmente já te vi muitas vezes e sua beleza é encantadora, seu sorriso é incrível.
- pára. Vai que você é um louco, um seqüestrador. Falei enquanto ria.
- se não me dizer quem é sem chances.
- você é muito brava leoazinha.

Eu não agüentei, fiquei brava e desliguei, ele estava curtindo com minha cara, podia ser algum amigo me zuando ou sei lá até gravando isso.

O telefone toca novamente.

- eu vou te ver amanha na pista de Cooper, sei que vai lá .Seu irmão me falou, foi ele quem me passou seu número, não se preocupe eu não vou te fazer mal.
Eu fiquei chocada, e agora? Ia ou não na pista? Quem era ele?Perguntei a meu cupido e ele riu horrores de mim, e disse “então ele te ligou? Está afim de você, dá uma chance pra ele, é gente boa, mas não vou te contar quem é, não adianta Lay, só sei que você vai ficar surpresa.”

Já era terça. Eu ia mesmo pra pista, mas como eu saberia quem era ele? Eu estaria fazendo papel de idiota em ficar imaginando cada rapaz que passava por mim? Sim, eu estava fazendo papel de idiota. Estava quase indo embora por volta das oito da noite, era o único dia que eu fazia caminhada porque não tinha aula no curso, então ele liga.
- oi minha linda.
- é você? Demorou e eu fui embora já estou em casa. Obrigada pelo bolo. Fui logo dando desculpa. Ele riu e disse: “você mente mal, estou estacionando bem atrás de você”. Era um carro prata com vidros escuros. Não entendo nada de carros.

Fiquei muda, e agora?

- vem em direção a esse carro, e eu fui. Ao chegar, a porta se abre. Entrei... E uau! Era ele... O conhecia de longe, mas de perto seus ombros largos pareciam ainda mais fortes e definidos e fiquei de boca aberta ri igual uma louca. “vamos dar uma volta leoazinha”?

Ainda rindo falei que sim. Ele me beijou no rosto e saímos pela cidade. Paramos perto do estádio de futebol, num barzinho sem muito movimento, era um encontro mais que secreto. Ninguém poderia sonhar que eu estava saindo com ele. Meu pai então, me deserdaria e ele seria demitido.

Sim, era o goleiro do time. Alto, dos ombros largos e um sorriso tímido incrível! Daí fui entender o porquê do fruto proibido, mas não sabia que me chamavam assim nos bastidores, meu pai é um dos diretores do time.Conversamos durante horas, nos beijamos calorosamente e foi incrível, o seu perfume ficou em mim e eu estava completamente empolgada com essa nova aventura.

Entrei em casa fui logo pro meu quarto, depois tomei um banho, infelizmente tinha que tirar o cheiro dele de mim. E agora? O que iria acontecer? Ligaria-me novamente? Queria mais. E não podia querer. Sabia dos riscos, porém era tão‘excitante’ aquela historia do proibido.

No dia seguinte, ele não me ligou, também não liguei, não queria demonstrar nada, não podia deixá-lo convencido. Mas me ligou na quarta, estava no curso que fazia numa cidade vizinha e ele disse que iria me buscar para sairmos e que depois me levava pra ‘shego’, não iria precisar voltar com a turma de ônibus. Expliquei para ele onde era com a ajuda de um amigo e fiquei a espera. Em 40min lá estava ele, ali não precisávamos nos esconder, estava totalmente confortada com isso. Ele me deu um abraço caloroso e um longo beijo.

Fomos para um barzinho, não conhecia muito a cidade, ele menos ainda. Não queria ficar perdida, então expliquei um caminho que conhecia, foi emocionante. Ele era muito fofo comigo, escutava minhas conversas e ria das minhas bobeiras. Contou-me da primeira vez que me viu e eu lembrei. Eu também o olhava, mas sempre de longe e quando percebia que fazia o mesmo, virava o rosto, não poderia nem sonhar em ter contato com algum dos jogadores. Realmente não sonhava em ter, até ele aparecer.

Por três meses nos encontramos as escondidas e foi incrível cada encontro, ele fugia para me ver no meu curso, pagava ao porteiro para voltar mais tarde porque o toque de recolhimento era meia noite, até o apelidei uma época de cinderela por isso.

Foi muito divertido, mas o campeonato estava no fim, ele voltaria para São Paulo e talvez nunca mais o visse, isso me deprimiu. Ele ainda prometeu que voltaria pra me ver, mas fiquei louca, não o queria perder e não queria me despedir, estava chegando o dia que iria embora, no domingo a gente foi para um bar na cidade mesmo, mas não fomos juntos, as pessoas não poderiam nos ver juntos. O olhava de longe e trocávamos sorrisos e olhares, a vontade que tinha era de ir ficar lá com ele, entretanto não podia. A cidade estava movimentada, o time ficou entre os primeiros, coisa que ninguém esperava.

Quando menos percebi, ele havia sumido e meu mundo desmoronou novamente. Com certeza estava com outra, minha amiga e eu fomos a todos os lugares da cidade e ligamos pro hotel. Ligava, ligava e nada. Sim, ele estava com outra. Cheguei em casa e minha irmã estava arrumando as coisas para viajar , eu disse que queria ir junto. O time iria ficar na cidade mais uma semana, não queria ligar mais e nem correr o risco de encontrá-lo em algum lugar. Estava apaixonada e isso pra mim era inadmissível. Era só uma aventura, não podia ter me apegado, mas me apeguei, sempre me apego.

Fui com ela, meu celular não pegava lá e na viagem senti a presença de algumas lagrimas e uma dor de arrependimento. Agi impulsivamente, mas se eu pensasse, não, não, ele tinha ficado com outra, mentiu pra mim e eu não suporto mentiras!

Fiquei uma semana fora, uma longa semana e quando voltei, ele já tinha ido embora, o seu celular não funcionava e não entrava mais no MSN. Onde estaria? Por um mês fiquei sem noticias, até que o telefone toca como antes.

Já não estava mais brava, estava arrependida “mulheréboba” queria ter me despedido tínhamos combinado uma despedida legal. Mas ele me enrolou, me enrolou... Disse que sentia saudades e no fim? Só queria o número do meu pai. Mas foi legal saber onde ele estava e o que estava fazendo, sou o tipo de pessoa que se recupera rápido, já não havia mais dor e nem raiva, falei como se fosse um amigo, é isso que ele é hoje, um amigo, uma amizade colorida. Confesso.

Hoje ele mora numa cidade perto da capital e me liga às vezes e quando vou lá a gente da um jeito de se ver e tudo volta ao normal, a mesma intensidade, o mesmo perfume, o abraço caloroso e o beijo, ai o beijo. Uma aventura proibida.

- Por Layanne Leão -

terça-feira, 21 de julho de 2009

Apenas

- Essa história aconteceu com Edilza Araújo -
A busca do que fazer, de aprender mais ou simplesmente a mão do destino me levou à internet aquela noite... Um impulso que em apenas alguns clik’s mudariam minha vida.

Ao entrar em um chat por acaso e conhecer gente nova, como muitas vezes já havia feito antes, uma pessoa me chamou atenção. Não pela beleza, mas pelas suas palavras porque era como se já nos conhecêssemos há um bom tempo. A nossa conversa durou por horas, porém como já havia acontecido antes, não dei importância. Era só mais um papo virtual, sem compromisso, onde talvez a pessoa do outro lado estivesse mentindo o tempo todo.
Passado alguns dias, o tal chat tornara-se um vício (como segue sendo até hoje!) e junto com ele a minha “proximidade” com o tal rapaz. Tínhamos conversas sempre cheias de humor, confidências e até dicas de espanhol. O que eram simples palavras até então inofensivas tornaram-se um hábito, uma necessidade, quem diria que a “apaixonante, porém difícil de apaixonar” como fui definida por um ex, tinha sido fisgada. Finalmente, alguém que nem sequer havia me beijado ou me tocado tinha conseguido o que alguns tentaram sem sucesso: conseguir fazer com que eu me entregasse a esse sentimento chamado AMOR, sem receios, sem medo de ser feliz.

Seguiram-se horas e dias no MSN, torpedos, recadinhos, conversas furtivas ao telefone em plena madrugada. Loucuras e declarações de ‘amor’ ao pé do ouvido. Era nossa forma de tentar amenizar a enorme distância geográfica que havia entre nós.

Mas (como em toda história a minha tem um...) o meu conto de fadas começou a desmoronar... Um sapo disfarçado de príncipe, uma loba em pele de cordeiro, fizeram de mim que até então sonhava radiante tal qual Cinderela, voltar a ser a boa e velha gata borralheira. Pra você, o que dói mais: a traição de alguém que você considera amiga ou alguém que você considera o seu amor? A traição velada, escondida ou a traição à mostra, escancarada? De uma hora pra outra tudo ficou tão claro, tão óbvio. As mudanças de comportamento, a frieza na voz no lugar da tão habitual amabilidade, a tão inesperada e recente falta de tempo pra nós... TUDO! O meu castelo, meu porto seguro desmoronou.

Sofri, chorei, até adoeci... Não foi nada fácil, pelo contrário, foi difícil, foi triste, foi amargo. Mas Sobrevivi. Talvez nenhum dos dois saiba ou saberão algum dia o mal que me fizeram. No mais prefiro acreditar que há males que vem para o bem.
Hoje em dia, não tenho mais contato com nenhum dos meus dois “carrascos”, o que ficou foi um grande vazio que está sendo muito bem preenchido por pessoas que me amam verdadeiramente e não só da boca pra fora. Dessa triste história aprendi duas importantes lições:

Que meu Deus é grandioso, me mostrou que sempre há um sol após uma noite de tormentas e que cada um dá o que tem, não podemos exigir das pessoas o que elas não tem nem pra si.
- Por Edilza Araújo -

domingo, 19 de julho de 2009

Bendito acaso bendito


- Essa história aconteceu com Néia Macedo -
Como explicar um momento inesperado, sem explicação lógica para seu acontecimento? O censo consagrou o termo “acaso”, e foi muito por acaso que ela o conheceu. Amigo de amigos, a simpatia dele foi o que lhe chamou a atenção. Era um tipo interessante, notava-se; e não apenas os seus, como também outros olhos o viam da mesma maneira, o que a intimidava e, por costume ou cacoete, tomou por mais certo que não seria nada; porém foi tudo.
Viam-se com certa frequência e começou a bendizer o famigerado acaso. Em pouco tempo já eram vários encontros acordados. Nada sério; tudo corria com uma leveza gostosa, acontecia da forma mais despretensiosa: um papo, uma troca de experiências, um apoio mútuo; porém uma vontade foi, pouco a pouco, lhe tomando de assalto, e quis converter a frequência em constância. Ele dizia que cresceu mais em sua companhia, que acolheu valores que não entendia e passou a ver o mundo como antes não praticava.
Mulher é um ser intrigante, de intuição inerente, algo inefável, mesmo que não queria, e a dela soava como alarme chato, daqueles que vemos em carros de bacana e que são ativados até pelo espirro alheio. Certo dia, ambas – sua intuição e o acaso – se fizeram presentes quando conversavam, e uma personagem que julgava ser mera figurante veio protagonizar seu conto e tomá-lo para si. Ela já não decidia o rumo do enredo que se desenvolvia e passou a ser leitora do que antes redigia – ou acreditava que assim o fazia. Então ativou o “status cacoete” e seguiu, até receber, poucos meses depois, o aviso pelo celular de que seria “tia torta”: “Cupidinha, vou ser pai!”.
A nova informação demorou a ser processada. Durante o “download” sua cabeça dava erro e resolveu andar, quem sabe a velocidade da conexão melhorasse. Bienal do Livro. Boa pedida e precisava ver gente, sem necessariamente interagir com elas. Queria movimento, barulho, estar só em meio àquele mar de cabeças, sem sentir-me tão só. Caminhou entre os stands até que viu algo familiar: o livro “O Pequeno Príncipe”. Passou a folhear as edições infantis quando um senhor, já idoso, perguntou: “Você trabalha aqui? Pode me ajudar?” Disse que não e ele insistiu: “É que quero comprar um livro bonito pra minha netinha.” Antes de pensar em chamar alguém, notou sua emoção ao falar da menina. “Ela está no hospital agora, sabe? Precisa fazer uma cirurgia no coração... Tão pequena e passando por isso, meu Deus!”. Procuraram um livro juntos, e o encontraram. Ele saiu e ela ficou ali, intrigada com esse bendito acaso, e escutou: “Filha, um bombom pra você e que Deus a abençoe!” Era o senhorzinho de novo, que voltou para agradecer a ajuda, sem saber que mais a ajudara do que ela a ele. E riu sozinha, pois esqueceu o que a corroia por dentro e o trecho de um poema de Alberto Caeiro emerge a sua memória: “E se Deus é as árvores e as flores / E o monte e o luar e o som, / Para que lhe chamo eu Deus? / Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar.”
Caeiro incluiria também o acaso em seu poema? Ainda hoje intui que sim.
- Por Néia Macedo -

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Verdades

- Essa historia aconteceu com Camila Brito -

Mais uma vez aqui, apreciando o niilismo da noite, o vai e vem das nuvens, o cintilar das estrelas, na minha acompanhada noite de ausência.
Essa noite que parece não acabar... Como é larga a noite de quem espera algo, mais larga ainda quando não se sabe o que esperar. Assim estava eu, esperando algo em algum lugar. Resolvi sair então, curtir um pouco a noite e esquecer - ou tentar esquecer - a minha companhia singular.
Entrei no primeiro lugar que encontrei para apenas passar um momento, beber algo e nada mais, ignorava os olhares que vinham em minha direção, pensava no meu namorado que estava de viagem em outra cidade, ignorei cantadas, ignorei a noite, mas não um simples drink que me foi oferecido por um jovem e belo rapaz.
Ele me olhava com olhos lânguidos, não tinha como fugir de seu olhar arrebatador, e foi inevitável o óbvio: que beijo! “Qual o seu nome? perguntei. “Agripino. E o seu?”Antes de responder cai em um mar de risos e não conseguia me conter, e ele me olhava perplexo, incrédulo com minha reação; contudo a “má impressão” que gerei com minha impulsiva gargalhada se desfez e nos fizemos companhia... e sua atenção supriu a ausência que afligia meus sentidos naquele momento.
Telefones trocados, meu celular tocou no dia seguinte. “Vamos nos ver? Que tal um jantar na minha casa?”, disse. Eu sequer poderia imaginar que seu interesse persistira, pois foi algo tão fugaz... “Não, não... tenho namorado e eu o amo.” Tanto o amo que irei contar toda a verdade, não é justo omitir o que aconteceu.
Engano desfeito, porém algo roía por dentro... Consciência.
Quando ele chegou de viagem, fiz o que minha consciência mandava e resolvi abrir o jogo. Não foi fácil: gaguejei, faltaram palavras, mudei de assunto... Enfim tudo aconteceu antes da revelação, mas sem que percebesse elas saíram: “Eu te trai.” Ele nada fez ou falou por um minuto, e várias coisas passaram pela minha cabeça... O que iria fazer? Pensar? O que aconteceria dali em diante?
Passado esse tempo ele me fita muito sério e fala: “Então estamos quites, também te traí.” Evidente que ele não reagiu assim de forma tão benevolente e com palavras assim tão afáveis, mas essas traduzem bem o que aconteceu. Veio a separação, entretanto fiquei feliz por ter feito o certo depois do errado.

- Por Bruno Mota e Néia Macedo -

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A festa

- Essa história aconteceu com Edilza Araújo -


Nós às vezes temos medo de perder o que não temos, de tentar prever o que pode acontecer com hipóteses impostas pela sociedade, um receio de algo que não existe a não ser na mente de quem aceita essa imposição.

A lua já não era mais vista, encoberta por algumas nuvens, prenuncio de uma noite fria de chuva, ideal para ficar em casa enrolada em um belo cobertor, mas não onde a noite não para, onde o frio era afugentado com o calor da dança, do beijo...

Já não agüentava mais ficar naquela solidão em uma noite de frio e aproveitei a oportunidade para esquentá-la um pouco. Mas meu receio veio à tona novamente, receio de perder antes de ganhar, de me machucar tentando ser feliz, tentando ser como a sociedade quer que sejamos. Não procurava naquela festa o amor da minha vida, ou a paixão arrebatadora da minha alma, mas sim uma pessoa em que pudesse confiar que não tivesse medo de perder, enfim queria ser feliz aquela noite, esquecer a realidade, fugir dos problemas, ser como a lua que se esconde atrás da nuvem, mas que sempre está lá.

Quando procuramos com demasia uma coisa nunca encontramos, mas sempre encontramos o que não estávamos procurando, e foi isso o que aconteceu. Procurei em vão essa nuvem para me apoiar com um olhar longínquo, mas encontrei-a do meu lado, talvez também procurando sua nuvem.

“vamos dançar”. Falei. “claro”. Tudo começou com essa dança, ele não era o modelo dos padrões de beleza, não os que a mídia em geral faz você pensar que é, porém fiquei feliz, o medo de perder veio à mente novamente, com ele talvez fosse diferente, no calor da dança nos beijamos. A lua já aparecera novamente quando me afastei um pouco para beber algo, ao voltar vi minha teoria caí por terra, aquele que afugentou meu frio estava agora afugentando o de outra. Apenas olhei para me certificar e bebi na tentativa de esfriar o calor que tanto havia buscado.

- Por Bruno Mota Pinheiro-